Grupo criado em 2014 reúne apaixonados por bares e celebra década de atividade
Um grupo de amigos, uma van e uma missão: percorrer os bares de BH, provar petiscos e celebrar a cultura dos botecos mineiros. Foi assim que, em 2014, surgiu a Caravana da Baya que, neste mês de maio, comemorou dez anos de existência com uma grande festa. O encontro ocorreu no último sábado, dia 10, marcando também o encerramento da edição de 2025 do Comida Di Buteco.
O evento foi realizado no Espeto do Moa, no bairro Santa Tereza, e reuniu dezenas de participantes para celebrar uma década de histórias, encontros e sabores. Antes da comemoração, uma caminhada etílica percorreu alguns dos bares mais tradicionais da região: Butiquim do Valter, Sobrado, Mercearia do Bicalho e Santê Beach Tennis.
Com shows ao vivo, brindes, sorteios e apoio de patrocinadores, a festa também comemorou os 25 anos do concurso gastronômico, consolidado como uma das principais ações de valorização da culinária popular do país.
A idealizadora da caravana, a publicitária Áurea Maria, conhecida como Baya, lembra que tudo começou de forma despretensiosa: “A ideia era juntar quatro ou cinco amigos para ir aos bares e votar no concurso. Quando vi, já tinha 10, depois 20. Resolvi alugar uma van e a coisa tomou forma.”
O que era para ser um encontro pontual se transformou em tradição. De bar em bar, nasceu uma amizade. Ao longo da última década, a Caravana da Baya visitou mais de 250 bares e contou com a participação de cerca de 500 pessoas.
Em alguns anos, o grupo chegou a realizar quatro caravanas durante o período do concurso — uma a cada final de semana — e manteve uma base fiel de integrantes. “Tem gente que participa de todas. Teve ano que fomos a 40 bares diferentes”, conta Baya.
Entre os membros mais antigos da caravana estão João Henrique Ferreira e Camila Rangel, casal que participou de todas as edições desde o namoro. “O Comida Di Buteco é importante para a cultura e a economia da cidade. BH é a capital dos bares”, afirma João.
Em 2018, já grávida, Camila decidiu que não deixaria a tradição de lado: acompanhou a caravana mesmo que tivesse que abrir mão de dois bares no percurso. “Ela provou os petiscos em todos os outros. É uma paixão de verdade”, brinca o marido.
Enquanto o Comida Di Buteco encerra sua edição de 2025, a Caravana da Baya mostra que os efeitos do concurso vão além da votação nos petiscos. O que se constrói nos encontros entre mesas e garrafas é uma rede de amigos. “Eu falo que fomos unidos pelo Comida Di Buteco. E isso ninguém separa”, resume Baya.