Cultura

Memorial Brumadinho: espaço de homenagem às vítimas é inaugurado em MG

Iniciativa surgiu em maio de 2019, quando os familiares protocolaram a proposta no Ministério Público


Créditos da imagem: Leo Drumond/Nitro
Memorial Brumadinho foi inaugurado em memória às vítimas da tragédia que matou 272 pessoas Memorial Brumadinho foi inaugurado em memória às vítimas da tragédia que matou 272 pessoas

Duda Sperandio

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27/01/25 às 11:19 - Atualizado em 27/01/25 às 12:28
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Seis anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que tirou a vida de 272 pessoas, o Memorial Brumadinho foi inaugurado. Com a presença de familiares das vítimas, autoridades e moradores locais, o espaço foi aberto ao público durante cerimônia nesse sábado (25).

Localizado no lugar exato da tragédia, o museu foi construído em memória às vítimas do desastre de 25 de janeiro de 2019, incluindo 251 trabalhadores, dois nascituros, além de moradores e turistas que estavam na área no momento do rompimento. O Memorial Brumadinho é classificado como um memorial in situ, construído no local do evento, assim como o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, e o Memorial 11 de Setembro, em Nova York.

A iniciativa é resultado de uma mobilização dos familiares das vítimas, que protocolaram no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a proposta para a criação de um parque memorial, em maio de 2019.

Em janeiro de 2020, a pedra fundamental foi lançada, marcando o início do projeto. Em agosto de 2023, um Termo de Compromisso foi assinado entre a Vale, a Associação de Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (AVABRUM) e o MPMG, formalizando a criação da Fundação Memorial de Brumadinho.

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Projeto arquitetônico

O projeto arquitetônico, desenvolvido pelo escritório Gustavo Penna Arquitetos Associados, foi escolhido em votação pelos familiares. Para o arquiteto Gustavo Penna, o memorial é mais do que um espaço físico, “ele simboliza a força e a fragilidade da vida, acolhe a dor e a transforma em um ato de resistência contra o esquecimento. É um lugar para lembrar histórias que não podem ser apagadas.”

Entre os destaques do memorial estão um bosque com 272 ipês-amarelos, uma escultura-monumento, um espaço meditativo e salas de exposição que guardam relatos e objetos relacionados à tragédia. Há também um espaço reservado para a guarda digna de segmentos corpóreos das vítimas, resgatados ao longo das buscas.

Além de ser um espaço de memória, o Memorial Brumadinho tem como objetivo fomentar projetos educativos e de pesquisa. Ele se propõe a ser um centro de estudos interdisciplinares em áreas como meio ambiente, geografia, arquitetura, direito e história, promovendo reflexões sobre os desdobramentos do desastre.